
Após
ser alvo de fortes críticas por sua participação em um ato que defendia
uma nova intervenção militar no país, o presidente Jair Bolsonaro (sem
partido) disse nesta segunda-feira (20) que é contra o fim da
democracia. "No que depender do presidente Jair Bolsonaro, democracia e
liberdade acima de tudo", afirmou a jornalistas ao deixar o Palácio da
Alvorada pela manhã.
"O pessoal geralmente conspira para chegar ao poder. Eu já estou no
poder. Eu já sou o presidente da República", disse Bolsonaro, que, em
outro momento, afirmou: "Eu sou, realmente, a Constituição".
Bolsonaro se mostrou bastante incomodado com as críticas que recebeu por
participar de ato de apoiadores pró-intervenção militar, com faixas e
gritos com pedidos de intervenção militar, gritos contra o Congresso e o
Supremo Tribunal Federal e pressão pelo fim do isolamento social
recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) contra a pandemia.
Neste domingo, em cima da caçamba de uma caminhonete, diante do
quartel-general do Exército e se dirigindo a uma aglomeração de
apoiadores pró-intervenção militar no Brasil, Bolsonaro afirmou neste
domingo que "acabou a época da patifaria" e gritou palavras de ordem
como "agora é o povo no poder" e "não queremos negociar nada".
"Nós não queremos negociar nada. Nós queremos ação pelo Brasil",
declarou o presidente, que participou pelo segundo dia seguido de
manifestação em Brasília, provocando aglomerações em meio à pandemia do
coronavírus. "Chega da velha política. Agora é Brasil acima de tudo e
Deus acima de todos."
Já nesta segunda-feira, o presidente procurou mudar o tom. "Peguem o meu
discurso. Não falei nada contra qualquer outro Poder. Muito pelo
contrário. Queremos voltar ao trabalho, o povo quer isso. Estavam lá
saudando o Exército brasileiro. É isso, mais nada. Fora isso é
invencionice, tentativa de incendiar a nação que ainda está dentro da
normalidade", disse Bolsonaro nesta manhã.